Parecer do MP no TSE pede cassação de Roseana Sarney por abuso de poder político


rose sarneyO Ministério Público Eleitoral pediu, na tarde desta quarta (07), a cassação da governadora Roseana Sarney (PMDB). O parecer foi emitido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por abuso de poder político no uso de convênios às vésperas das eleições de 2010.
O programa “Viva Moradia”, criado no ano da eleição, foi considerado abuso de poder pelo Ministério Público. A partir dele, Roseana celebrou 979 convênios com municípios num valor total de mais de R$ 393 milhões em apenas três dias, caracterizando, segundo o Ministério Público, abuso de poder político.
Os convênios foram celebrados nos dias 22, 23 e 24 de junho, sendo este último o dia da convenção do PMDB que homologou a candidatura de Roseana Sarney.
“Essa ação tinha um objetivo claro e imediato: interferir no processo eleitoral em curso e beneficiar as candidaturas dos recorridos,” disse Roberto Gurgel no parecer.
A denúncia que originou o processo de cassação foi feita pelo ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) e então candidato ao Senado pela coligação Muda Maranhão. Assinam a petição os advogados Rodrigo Lago e Rubens Pereira Júnior.

Deputado Léo Cunha participa da entrega de título definitivo

Nesse sábado (3), o deputado Léo Cunha participou da entrega de títulos definitivos que beneficiou quinhentas famílias. O ato solene aconteceu na Universidade Aberta de Imperatriz, na Rua Dom Pedro II.

O parlamentar participou da mesa de honra e fez um discurso comovente, quando disse que aquele momento era sagrado, pois a casa própria significa uma dádiva de Deus. “Estas famílias que estão recebendo seus títulos definitivos aguardavam com ansiedade por este momento, já que ao longo do tempo não tinham como resolver, estavam literalmente entregues à força do destino, pois as áreas por eles ocupadas pertenciam à União ou ao Governo do Estado”.
O deputado também destacou o empenho do prefeito Madeira, que segundo ele, se agigantou e junto com o secretário Daniel Souza, fez o que muitos não acreditavam, tornando a entrega dos títulos numa realidade, que para Léo Cunha, foi apenas o começo de um trabalho que agora ganha credibilidade perante a opinião publica, e para o qual ratificou seu apoio.
"Prefeito, estou do seu lado, conte comigo, com sempre contou. Eu tinha essa convicção de que você faria o que prometeu na sua campanha de reeleição. Temos que trabalhar muito, pois ainda restam 75% da população esperando pelo seu título definitivo”, enfatizou.
 



O secretário de Infraestrutura, Luís Fernando, em seu discurso se colocou mais uma vez à disposição da cidade de Imperatriz e disse que “esse trabalho que Madeira faz aqui em Imperatriz é o trabalho que ele mais gosta de fazer, é o de realizar sonhos.
Estas pessoas que hoje recebem seus títulos definitivos estão acordando de um sonho que foi acalentado por muito tempo. Hoje acordaram em um novo momento, o momento de serem verdadeiramente os proprietários de suas casas”, disse.

O momento mais emocionante foi quando o prefeito Madeira fez a entrega do título para dona Zenaide, de 80 anos, e que até então não era de direito dona de sua casa. A senhora Maria da Luz Silva dos Santos foi outra que em prantos recebeu o título definitivo de sua casa.

Ligados ao Sarney têm benefícios: Ricardo Murad vira porta-voz dos grandes contratos no Governo Roseana

Oposição diz que clã montou espécie de capital paralela em Coroatá, governada pela mulher do secretário de Saúde e cunhado da governadora


COROATÁ - O Estado de S.Paulo 04 de agosto de 2013 | 2h 12

Ricardo Murad, atual secretário de Saúde do Maranhão, irmão de Jorge, marido da governadora, passou a ser o porta-voz e o nome do grupo que mais executa contratos do governo.
Por ele passa quase a metade dos R$ 2,4 bilhões do orçamento anual do Estado para custeio e investimento - não estão contabilizados os gastos com os servidores do quadro de carreira.
Prefeitos da oposição reclamam que Ricardo montou uma espécie de capital paralela do Maranhão em Coroatá, cidade de 62 mil habitantes, a 260 km de São Luís.
O município governado pela mulher dele, Maria Teresa Trovão Murad, é o que mais recebe recursos da transferência direta da saúde no interior.
Em 2013, Coroatá recebeu R$ 60 milhões, enquanto Caxias, com 155 mil moradores, chefiada por um adversário, Leo Coutinho, do PSB, não contou com esses recursos.
Reconstruído no ano passado, o Hospital Microrregional de Coroatá dispõe de 100 leitos e tratamento de alta complexidade.
No prédio funciona a central de leitos da região.
Ricardo nega que tenha deixado de lado o "Socorrão" de Presidente Dutra - a unidade não atende gestantes e não faz cirurgias complexas - e o hospital de Caxias, que está fechado para reforma.
Na semana passada, Maria de Lourdes Ferreira da Silva, de 74 anos, era levada de ambulância de Caxias para Presidente Dutra após sofrer um AVC. Ela está internada no "Socorrão". A filha de Maria de Lourdes, a diarista Maria de Nazaré, de 38 anos, reclama da viagem de 3h em estrada precária.
No povoado Sete de Setembro, em Coroatá, a unidade de saúde, parceria do governo federal e da prefeitura, já consumiu R$ 180 milhões e está tomada pelo mato.

"O médico só faz consulta e falta remédio", diz a manicure Rayane Mourão, de 20 anos, mãe de um menino de 1./ L.N.

Cidade do MA faz 'vaquinha' para morador comer carne

Atualizado: 04/08/2013 08:25 | Por LEONÊNCIO NOSSA, ENVIADO ESPECIAL, estadao.com.br

Perto de completar meio século sob o domínio do grupo do senador José Sarney (PMDB-AP), com poucos intervalos de governos opositores, o Maranhão não teve fôlego para acompanhar os demais Estados na melhoria dos índices sociais.
O Atlas do Desenvolvimento Humano da ONU mostrou que, das 50 cidades brasileiras com menor renda per capita, 28 são maranhenses.
Nas últimas três décadas, a expectativa de vida na terra da oligarquia mais antiga em atividade passou de 54 para 68 anos, mas o crescimento foi menor que no restante do País.
Nesse ranking do IBGE, o Estado caiu de 23.º para o último lugar, ocupando espaço que antes era de Alagoas, terra da seca e pistolagem.
Um dos exemplos mais dramáticos da situação do Estado está em Fernando Falcão, a 542 km de São Luís.
A cada oito dias, moradores fazem "vaquinha" para comprar e matar um boi. Esse "luxo" não é compartilhado por quem vive em situação ainda pior nos casebres de palha afastados do interior, que não podem contar nem mesmo com serviços temporários e de baixa remuneração da prefeitura. Para a maioria dos 9 mil habitantes do município que aparece em segundo lugar no ranking de pior renda per capita do País, o único alimento possível no prato é a fava. A vagem que garante proteína é comum na região. O município só perde em renda para Melgaço, no Pará, e ocupa ainda a segunda pior colocação no Índice de Desenvolvimento Humano nacional, atrás de Marajá do Sena, também no Maranhão.

A lavradora Laiane Alves Lima, de 22 anos, se queixa da falta de um pediatra no município. Quando a filha Adriele, de 1 ano, passa mal, ela tem dificuldades de levar a criança ao hospital de Barra do Corda, a 95 km de estrada de chão - Fernando Falcão não tem acesso por asfalto. "Aqui, quando adoece, o posto médico não dá remédio. Não tem uma pomada para micose", relata. Laiane prepara a comida, geralmente uma mistura de fava, num fogão improvisado em uma lata de tinta.

A política maranhense está longe de recorrer ao crime de mando como outros Estados do Norte e do Nordeste, mas a miséria de um lugar de mata de cocais e chuvas amazônicas, a ostentação de riqueza e poder e as suspeitas de corrupção, temas dos discursos da primeira campanha de Sarney ao governo estadual, em 1965, estão por toda a parte. 

Dados do Portal da Transparência do Estado mostram que o governo de Roseana Sarney (PMDB), filha do senador, gastou no ano passado R$ 17,8 milhões com aluguel de helicópteros. 

Só para comparar o uso do dinheiro público a um exemplo recriminado nas ruas, o governo do Rio, comandado por Sérgio Cabral (PMDB), gastou no mesmo período R$ 9,5 milhões com o uso dessas aeronaves.

Desde os anos 1970, o grupo de Sarney se sustenta com anúncios de obras "salvadoras" da economia. Foi assim com a construção dos trilhos do Complexo de Carajás, a fábrica de alumínio da Alcoa e a base espacial de Alcântara. "Os projetos não agregaram valor nem garantiram a diversificação da cadeia produtiva. 

O Maranhão é um rico que virou miserável", observa o presidente da Embratur, Flávio Dino. Principal nome da oposição ao grupo de Sarney, ele observa que, na primeira metade do século 20, o Maranhão contou com os ciclos do algodão e das fábricas de tecido, do arroz, e do babaçu. "A economia tradicional foi desestruturada. Essa modernização não deu certo e explica esses indicadores sociais vergonhosos", afirma.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.